terça-feira, 17 de novembro de 2009

Adeus Vida!

Bem, hoje estou a comunicar as pessoas daqui, as imaginárias e presumidamente mortas que eventualmente lêem meu blog solitário, que estou me abstendo totalmente de ter vida pessoal.

Acontece que pretendo participar de articulação acerca do último ocorrido com a Assembléia do Conselho Fiscal do Diretório Acadêmico Percy Vargas de Abreu e Lima, da UCS, onde o Exmo. presidente "indeferia" coisas, e uma simples Ata de Reunião do Conselho Fiscal foi ocultada, ou porque alguma irregularidade teve, ou porque simplesmente não houve Ata, e menos ainda, reuniões do referido Conselho. (sem contar ainda o fato de que dos integrantes do referido conselho fiscal apenas um deles estava presente)
Depois de ver o direito de manifestação de opinião dos alunos cerceado de modo repugnante, (e considerando que havia menos de um por cento dos estudantes, foi extremamente inconstitucional o modo como a assembléia designou o novo Conselho Fiscal) considerando que eu votei nas pessoas que agora compoem aquela mesa que agora não mais permite a minha livre expressão, e não me escondo do fato, que sim, votei e apoiei a chapa que agora me dá asco, porque eu queria sinceramente ver pessoas diferentes e novas no cenário terem uma chance, eu fiz isso esperando que todas as boas atitudes de diálogo que mantiveram antes das eleições continuassem, e foi uma inocente atitude o qual não pretendo proceder mais.
De todas as coisas ao qual se comprometeram, ao apresentarem agora seu trabalho, infelizmente não noto o mesmo comprometimento panfletário da campanha, não vi as prestações de contas mensais, não vi as horas complementares a esbanjar pela UCS, vi horas de gaiato em Gramado a preços altos, vi a Semana da Magistratura, coordenada pelo Professor Ivan Tomazi, vi que diferentemente dos outros anos, tivemos apenas uma Semana Acadêmica neste ano, e não duas como o esperado, e que foi em data não muito distinta das provas, e isso que o calendário da UCS é público para que os alunos supostamente se organizem.
O que me revolta não é a falta de compromisso, é o fato de que se tivessem dificuldades de cumprir com suas atribuições e promessas, que pedissem auxilio, eu (e tantas outras pessoas mais que se colocaram a disposição, mas em verdade, todos foram ignorados, simplesmente para que não precisassem nos ouvir) estou disponível para os estudantes, sempre, mas quero ser ouvida. E isso, eles não me proporcionaram, eu queria a muito tempo ter um sistema para a Biblioteca Marino Kury, para que os alunos pudessem usar os livros mais livremente, eu queria aqueles velhos computadores como um quebra galho dos alunos quando a informática está cheia (eu consegui dois computadores no outro ano, que nesta gestão foram simplesmente devolvidos porque eram velhos e feios, mas o que foi conseguido para melhorar a situação? eu não vejo outros computadores melhores ali, eu não vejo nem mesmo os velhos que serviriam pelo menos para acessar um e-mail...), eu não vejo mais os alunos reunidos naquele espaço como antes, mesmo com um belo ambiente, nem sempre o ambiente é o que move os alunos, mas o companheirismo. Nem sempre um café melhor atrai os alunos, principalmente porque nem todos têm moedas a mão para pagar por ele, não somos advogados que ganham 10 mil por mês pra dispender em 20 cafés por dia em uma máquina fresca, simplesmente um copo d'água gelada gratuito no verão atraia mais que todo luxo fútil...
Mas, infelizmente, o Direito é um curso de pessoas fúteis, que serão advogados alienados da realidade, que não entenderão o que vêem, que não valorização o interesse pelas pessoas em si, não o que elas vestem ou o que têm, mas o que elas são.
As vezes, uma pessoa com o primeiro grau incompleto (sei que é ensino fundamental atualmente, estou citando assim porque ainda penso a moda antiga, sim sou conservadora) pode ser de mais valia para um diálogo que os emperiquitados que acham que sabem algo de direito, sociologia, filosofia e da vida, tão somente porque passaram cinco anos dentro de uma academia entre livros. Falácias, mentiras... Meu avô com a terceira série incompleta deve saber mais de política estudantil que as pessoas que vejo ao meu redor no Bloco 58!
Quero constar aqui, juntamente com a minha revolta pessoal, que farei de tudo neste ano em que ingressamos para perder totalmente a minha identidade pessoal e ser simplesmente dedicada a efetivamente melhorar o curso dos nossos estudantes, para que talvez um dia reconheçam que ter atitude e se importar com o que acontece no mundo é o que realmente conta, e não o fato de saber andar de salto alto e se maquiar direito (ou rebocar a cara como algumas fazem de modo a nem se saber a cor da pele do rosto do diabo).
E uma última consideração: eu não sou esquerdista, não sou comunista ou fascista, não sou filiada a nenhum partido, meus ideais eu não discuto por questão de diplomacia e buscando evitar conflitos e polêmicas inúteis no seio acadêmico, e simplesmente estou me engajando com as pessoas que acho que querem o bem dos estudantes, independente de pensamento político, porque o DA não é feito com politicagem partidária, mas sim, deve ter papel na formação de opinião, entretanto não socando goela abaixo nenhuma ideologia pronta.

Portanto, Povo e Pova (assim diz a rêh, digo por me lembrar dela, mas é mais algo a constar, não sou nada feminista, e de certo modo sou radicalmente contra essa frescura besta): Acaba-se aqui a vida desta acadêmica, e começa a trilha de peregrinação para que alguma coisa seja feita em pró dos estudantes, e espero que o pouco a que eu me comprometa seja bem e fielmente cumprido, com a graça de Deus, ou do demônio (escolha o que quiser, é pessoal a opção).

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